“Queria dormir cedo demais para acordar bem cedo. Estava muito animado, acordei às 5h da manhã, esperei minha mãe tomar seu café e já vim para a Escola”, essa fala de Conrado W. Machado, aluno do 4º ano do Ensino Fundamental (E.F.) retrata o tamanho da ansiedade com que a maioria dos alunos dos anos iniciais do E.F. encarou a volta às aulas presenciais (também dos anos finais do E.F. e de todas as séries do Ensino Médio), a partir do dia 23/11. É uma rotina diferente, com presença de apenas 30% dos alunos de cada sala, com inúmeros protocolos de biossegurança, mas uma forma de adaptação à nova realidade imposta pela propagação da Covid-19.

Conrado se diz muito feliz por voltar à escola, enumerando suas maiores saudades no tempo de distanciamento: “senti falta de estudar na sala, de brincar aqui, de fazer aula de educação física. Era isso que eu queria”, dispara ele. Apesar do ensino remoto estar proporcionando a continuidade, com qualidade, dos conteúdos programáticos, rever professores, colegas, andar pelos corredores da escola, estar na sala de aula fez diferença nesse momento. “O retorno de quatro, seis alunos e somente em alguns horários [reduzidos] é necessário até que as crianças se acostumem em ficar com a máscara, por exemplo. Se fosse colocado o período inteiro, não sei se eles iriam dar conta de ficar com ela, essa adaptação devagar é melhor”, analisa Aline Menon, que tem uma filha no 1º ano e outra no 4º ano do E.F..

A mãe lembra que foi necessária uma nova organização familiar para acompanhar as aulas on-line: o pai supervisionava as filhas nas aulas, pela manhã, e a ela cabia as atividades e a preparação para provas, à tarde. “Elas se adaptaram de forma bem tranquila, 2020 não foi um ano perdido, minha filha do 1º ano está alfabetizada”, comemora a mãe.

O retorno foi escalonado e com período de duas horas de permanência na escola para cada turma. Ainda contou com a orientação sobre os protocolos de biossegurança e com atividades que reintegraram os estudantes à rotina presencial.