EIC celebra 70 anos com o teatro 'Era uma Vez 8 Mulheres Corajosas”
Toda grande história tem um começo. A nossa começou há 70 anos, não com reis ou exércitos, mas com a coragem de oito Irmãs Franciscanas que responderam a um chamado. Elas trouxeram na bagagem pouco mais que a fé e a determinação de plantar sementes de conhecimento e paz em terra fértil. No dia 10 de outubro, no auditório da UFGD, a comunidade da EIC se reuniu não para uma simples peça, mas para embarcar em uma máquina do tempo e reviver essa grandiosa jornada.
O espetáculo ‘Era Uma Vez Oito Mulheres Corajosas’ ultrapassou o formato de uma simples peça de teatro e transformou-se em uma verdadeira sinfonia de talentos. Escrito e dirigido pela Professora Rejani Betoni Garcia Vendramini, o projeto foi um sonho idealizado por muitos corações: da Direção à Biblioteca, do Marketing à equipe pedagógica.
As luzes se apagaram, e a Diretora, Irmã Adriana Santos, surgiu no palco. Com voz serena, resumiu a saga das oito irmãs que, em julho de 1954, deixaram a IFRAPEC (Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã) e vieram a Dourados, movidas pelo desejo de educar, catequizar e cuidar. Em seguida, a Supervisora Educacional, Eliane Maria Amaro, nos convidou a refletir sobre o nome que carregamos: "Imaculada Conceição", plantando no coração do público a semente da fé e do propósito que inspiraram essa missão.
Então, a cortina se abriu. E a surpresa: no palco, não vimos de imediato as Irmãs, mas sim... Princesas dos contos de fadas! Em uma conversa encantadora, as princesas discutiam sobre heroísmo e admiração, mas seus ídolos não eram príncipes. Elas estavam fascinadas pela história real daquelas oito mulheres que, com bravura, iniciaram uma verdadeira revolução.
Um elenco de mais de 100 alunos, do Berçário ao Ensino Médio e o Grupo de Teatro Infanto-Juvenil Passa Anel (20 Anos de existência) deram vida à história. Vimos a jornada, as dificuldades, e a fé perseverante. A peça nos levou pela bagagem intelectual e espiritual das fundadoras, passando pela literatura da Bíblia Sagrada, pelos ensinamentos de São Francisco de Assis e Madre Madalena, e fazendo pontes até com autores modernos como Pedro Bandeira, mostrando a amplitude do legado.
Embalada por músicas clássicas e inspiradoras, a peça reviveu a alma da nossa escola. A cenografia, repleta de fotos antigas e das icônicas bicicletas usadas pelas Irmãs, parecia respirar história. De repente, a inconfundível Bandinha da EIC ecoou pelo teatro, e coreografias das Festas Juninas de antigamente foram recriadas. Revivemos os esportes, homenageamos os 50 anos da coordenadora Marga Berno Pavin, as feiras literárias e de ciências, os momentos que fizeram da Escola Franciscana Imaculada Conceição um sinônimo de excelência.
— “Depois de 17 anos de teatro para 17 anos de vida... eu me sinto muito feliz todas as vezes que eu apresento. E o teatro é um dos pontos altos do meu ano. E ter representado a Fada Rê foi uma experiência ainda mais emocionante... porque é a personagem que eu vi a minha mãe (Julia Betoni é filha da Rejani Betoni, idealizadora do teatro) sendo a vida inteira, emocionando crianças, mudando o dia das crianças. Porque, além disso, as pessoas estavam me confundindo com a minha mãe! (ela ri, achando graça). Essa parte de as pessoas virem atrás de mim e me chamarem de 'Rejane', e aí as pessoas ficavam olhando assim pro meu rosto e ficavam pensando (ela ri ao lembrar) antes de conversar comigo... foi muito engraçado. mas foi muito emocionante também. Por... por ter essa carga emocional de ser a Fada Rê." Julia Betoni Garcia, 3° Serie (EM).
A noite foi um grande reencontro, com ex-colaboradores e famílias, como a Família Silva (representada pela mãe: Heloisa Soares Almeida e Silva), que representa gerações de confiança em nosso trabalho. Ao final, o sentimento que pairava no ar era mais que dever cumprido: era gratidão. Gratidão às famílias, aos alunos e colaboradores que, há 70 anos, mantêm vivo o sonho daquelas oito mulheres corajosas.